Construções dão sinais de que necessitam de recuperação estrutural. Rachaduras,
trincas e fragmentação do concreto superficial são alguns dos indícios.
Imóveis no litoral necessitam constantemente de manutenções. Os sinais dessa necessidade são diversos. Rachaduras, trincas, fragmentação do concreto superficial, umidade e recalque da estrutura são alguns dos indícios de que é preciso partir para uma reforma. Os motivos que levam aos problemas podem ser de ordem natural, como chuvas ácidas, maresia e vapores. Falhas de execução, detalhamento ou especificações de projetos também são prejudiciais.
Para reparar os problemas de imóveis no litoral, segundo o engenheiro civil e sócio proprietário da Fibonacci Construções, Carlos Tadeu Forville, é necessário fazer um estudo em função do tamanho, uso, local e tipo de agressão: “É importante também levantar todos os custos para saber o preço da recuperação e poder analisar a viabilidade econômica”, comenta.
Segundo ele, no passado, em função do pouco conhecimento sobre o comportamento estrutural, as soluções para as casas e apartamentos na praia se limitavam à adição de novos elementos, apoios e ao acréscimo às seções estruturais para reforçar o existente, o que não acontece na atualidade: “Com o conhecimento mais apurado do comportamento das estruturas, mais o aprimoramento das técnicas de reforço e o desenvolvimento de novos materiais, podemos hoje, apesar da grande variedade de solicitações às quais as edificações estão sujeitas, afirmar que existem soluções e materiais específicos para cada situação, como concretos prontos tipo graute epóxi e cimentício, argamassas especiais de alta resistência, pontes de ligação (adesivo estrutural), prime para proteção de armaduras, aditivos líquidos para inibir corrosão, aditivo estrutural a base de epóxi para impregnação e colagem de tecidos de fibra de carbono e lâminas de fibra de carbono que são coladas às estruturas”, explica.
Projeto Daniela Barranco. Foto: Gerson Lima
Projeto Fernanda Borio. Foto: Marcelo Stammer
De acordo com Forville, devido ao crescimento da população e a consequente necessidade de moradias houve na década de 70 e 80 um aumento de imóveis no litoral: “Muitas dessas construções não atenderam necessidades, peculiaridade, solicitações de esforços e normas, tendo em vista o local e a norma brasileira que impõe cuidados que vão desde o projeto até a execução. E, em função disso, as obras construídas no litoral estão em maior risco devido a maresia ou ressalga”, afirma.
Projeto Arquitetura Tríade. Foto: Gerson Lima
Os principais responsáveis por esses danos são íons de cloreto, mais precisamente de sódio, características comuns da maresia, que segundo o engenheiro atacam as armaduras, comprometendo a integridade estrutural do imóvel. “Isto acontece, muitas vezes, porque o imóvel fica exposto a este ataque, por falta de proteção devido a má execução, falha de projeto e/ou falta de manutenção”.
Adaptação de matéria publicada pela Revista LUSH
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